BPM (Business Process Management) é um das novas siglas do momento. Bem, talvez não seja mais uma dessas novidades. Mas ainda é, do ponto de vista prático, uma novidade.
O que talvez algumas pessoas não se dêem conta é que BPM é, na verdade, a velha e boa “Gestão por Processos” – se cavucarmos um pouco veremos que esta, por sua vez, é a “evolução” da Reengenharia.
Isso mesmo, aquela Reengenharia de Processos que foi execrada, pois acabou sendo mal-utilizada nos anos 90 (por aí), e virou sinônimo de demissões.
A ideia toda se baseia no fato de que, para entregar seu valor para o cliente (seja fazendo um produto ou realizando um serviço), uma empresa executa processos que permeiam toda a organização (e, hoje em dia, permeiam até outras empresas).
Um processo é basicamente uma sequência de atividades, que transforma recursos que recebe no seu início em outros tipos de recuros no seu final. Por exemplo, um processo de venda transforma um contato inicial, um interesse em uma venda efetiva da empresa. Ou, se pensarmos num processo mais palpável, um processo de retirada de um item de estoque recebe uma solicitação de material e a entrega ao solicitante.
A norma ISO 9000 define processo como “conjunto de atividades interrelacionadas ou interativas que transforma insumos (entradas) em produtos (saídas)”.
Na verdade, tudo o que fazemos na vida pode ser considerado um processo. Cozinhar uma lazanha, trocar o pneu de um carro, realizar uma viagem. Tudo é processo.
Bem, e o que vem a ser então Gestão por Processos?
Gestão por processos é uma abordagem de gestão que procura fazer com que a empresa funcione, de fato, de uma maneira “horizontalizada”. Ela procura desenhar a empresa como um conjunto de processos, que permeiam todos os departamentos. Ainda, busca identificar os processos mais importantes e estabelecer indicadores (os chamados KPI´s – Key Performance Indicators).
Entende-se que os seguintes passos devem ser seguidos para implantar a Gestão por Processos: mapear os processos (ou desenhá-los), Identificar Processos Essenciais, Monitorar Indicadores, Analisar os Processos e Melhorar os Processos. Na Wikipedia, por exemplo, o ciclo proposto é mais amplo: Desenhar, Modelar, Executar, Monitorar e Otimizar.
Não importa muito como se vê este ciclo. O ponto principal é que a Gestão por Processos traz o conceito de monitoramento de indicadores e melhoria no seu âmago.
Bem, meu entendimento é que BPM (Business Process Management) é a mesma coisa que Gestão por Processos. Acredito ser esse o entendimento de especialistas no assunto, mas imagino que possa haver profissionais que não vejam isso dessa forma.
O que ocorre é que, com o advento de ferramentas de TI que permitem à empresa realizar todas (ou quase todas) as etapas da Gestão por Processos de maneira automatizada ou semi-automatizada, o mercado começou a confundir BPM com a implantação de ferramentas automatizadas para gestão por processos.
Uma coisa é Gestão por Processo (ou BPM) e outra é a implantação de uma ferramenta de gestão por processo, também chamadas de BPMS (Business Process Management System).
Na minha opinião, o risco que essa confusão traz é o mesmo que ocorreu com o advento dos ERP´s e CRM´s: acredita-se que a implantação de uma ferramenta resolve tudo e tem-se uma enorme frustração e má aplicação de dinheiro em algo que nunca vem a funcionar.
Uma implantação de uma ferramenta de BPM requer um trabalho prévio de sensibilização da organização, mudança cultural e preparação do projeto para sua realização.
Isso é assunto para um próximo artigo.
Marcel