Há alguns meses eu tive o cotovelo quebrado devido a uma queda de bicicleta e tive que usar uma tipoia por 15 dias.
Esse minúsculo inconveniente fez com que, durante esses dias, eu tivesse que achar algumas soluções para rotinas diárias simples, e me fez pensar o seguinte: uma pessoa com algum tipo de limitação permanente (PcD) teve que pensar soluções alternativas para sua rotina diária desde criança, quase o tempo todo.
É um pensamento óbvio, mas que só veio à minha atenção devido à minha limitação durante aqueles dias.
Se extrapolarmos esse racional para além de PcD, para pessoas de origens diversas da nossa, de classes sociais diferentes, de outros países ou regiões, homens e mulheres, é fácil perceber que as pessoas tiveram que desenvolver ao longo de suas vidas, habilidades diferentes das nossas.
Num mundo como o de hoje, com a globalização e a virtualização de quase tudo, em que nossas possibilidades de contato se enuplicam, ter na equipe essa diversidade é quase que uma obrigatoriedade.
A empresa contemporânea que não buscar essa diversidade corre sérios riscos.
Outro dia, num evento, um dos palestrantes que atualmente mora no Vale do Silício mostrou uma estatística de que mais de 50% dos funcionários das empresas de lá vêm de outros países. Será que é uma coincidência que a região seja talvez o maior berço de inovação e surgimento de novas empresas vencedoras?
Mas um tipo de diversidade me parece que fica um pouco a margem dessa conversa: a diversidade de idade.
Tanto para os mais jovens quanto para os mais velhos, existe maior dificuldade em passar pelos processos seletivos.
No caso dos mais velhos que se mantém atualizados, na ativa, que procuram reciclar seus conhecimentos e, claro, consideradas as capacidades e características comportamentais de cada um, eles podem potencializar o desenvolvimento de soluções para os problemas, pois agregam ao conhecimento técnico, a vivência maior em outros ambientes e contextos, além de que ainda podem ser mentores de pessoal mais novo.
Buscar a diversidade é um caminho sem volta para as organizações.
Só precisamos que, na prática, o significado da palavra “diversidade” seja verdadeiro. E que não precisemos mais de leis para que a diversidade ocorra naturalmente.
Marcel Fleming 