Produtividade do Trabalho no Brasil

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Recentemente foi publicado um estudo da FGV que mostra que a produtividade do trabalhador brasileiro é uma das piores do mundo.

Para se ter uma ideia, quando comparado com um trabalhador dos EUA, a nossa produtividade média corresponde a 20% (1/5) da produtividade do trabalhador estadunidense.

Mas vamos entender o que isso quer dizer?

Em primeiro lugar, é preciso entender que isso não quer dizer que o  brasileiro trabalhe pouco, que seja “preguiçoso” ou algo assim.

A medida feita pelo estudo busca indicar o quanto é produzido por hora trabalhada. Ou seja, não é uma medida de quantas horas são trabalhadas, mas sim o quanto de riqueza é produzida por hora trabalhada.

Podemos entender como uma medida de eficiência do trabalho – aliás, talvez fosse menos polêmico e mais “justo” falar em produtividade do trabalho, se levar em conta os fatores que influenciam na produtividade (ou na quantidade de riqueza produzida por hora de trabalho).

Entendo que podemos dividir esses fatores em dois grupos:

  • Externos às organizações: fatores encontrados no ambiente externo da empresa, sobre os quais cada empresa tem pouca possibilidade de ação. Infraestrutura do país, sistema fiscal e tributário, nível de burocracia, concorrência, dentre outros.
  • Internos às organizações: em linhas gerais, estamos falando de
    • pessoas;
    • processos;
    • ferramentas; e
    • estrutura organizacional.

Sabemos que, no Brasil, os fatores externos mencionados não ajudam muito. Carga tributária de país desenvolvido, com infraestrutura e serviços públicos de países pobres.

Sobre esses aspectos externos à organização, o que todos os cidadãos podemos fazer é votar melhor, fiscalizar e participar da política tentando influenciar de alguma maneira.

Porém, acredito que  há muito o que fazer em relação aos fatores internos que prejudicam a produtividade.

Com relação às pessoas, incentivar ou prover capacitação, oferecer remuneração justa e condizente com o desempenho e com o mercado, enfim, uma gestão de pessoas com foco em realçar os pontos positivos de sua equipe, ao mesmo tempo que vise melhorar a confiança dos colaboradores na liderança da organização.

A gestão por processos, visando melhoria contínua dos processos, com base no ciclo PDCA é uma ferramenta poderosa para aprimorar a forma com que a empresa executa suas atividades, sempre sob a perspectiva de uma visão Lean (Enxuta) buscando reduzir desperdícios.

E a execução eficaz e eficiente dos processos também depende da disponibilidade de ferramentas adequadas. Ferramentas, neste contexto, vai de maquinário e ferramentas propriamente até sistemas e softwares.

A estrutura organizacional também tem impacto na produtividade. Organizações muito hierarquizadas a cada dia se mostram menos adequadas para os desafios do século XXI.

A necessidade de tomadas de decisões e mudanças rápidas que o mundo contemporâneo impõe às empresas faz com que as empresas busquem cada vez mais estruturas organizacionais em rede do que o tradicional formato hierárquico e seus silos organizacionais.

Enfim, é fato que a produtividade do trabalho no Brasil é baixa.

Mas há algo que todos nós podemos fazer a respeito.

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